Espaço Aberto 

Agricultura Urbana no modelo Agroflorestal

Convidados: professora e bióloga Miriam Fabiane Dickel e estudante do curso Técnico em Agropecuária, Fabrício Horst
Data: 28/06
Assuntos:

  • Importância de pensarmos a segurança alimentar;
  • Agrofloresta desenvolvida no meio urbano;
  • Pequeno espaço utilizado;
  • Resultados do experimento no TCC do estudante;
  • Princípios de um sistema agroflorestal;
  • Agricultura urbana deve ser estimulada por políticas públicas;
  • Maneira de combater a pobreza e desnutrição.

O Espaço Aberto teve a participação da professora e bióloga Miriam Fabiane Dickel e do estudante do curso Técnico em Agropecuária, Fabrício Horst, na manhã desta segunda-feira (28/6). Ambos falaram sobre Agricultura Urbana no modelo Agroflorestal.

A bióloga destaca que as pessoas estão bastante preocupadas com sua saúde, além de estarmos passando por um momento em que é perceptível uma alta de preços nos alimentos. Diante deste cenário, Miriam pontua que é muito importante pensarmos a segurança alimentar, já que vivemos em um país que utiliza uma grande quantidade de agrotóxicos, com pouca diversidade alimentar e com um alto valor agregado aos alimentos.

O estudante Fabrício decidiu optar em realizar uma agrofloresta no contexto urbano para seu trabalho de conclusão. Em um terreno, que se tornou um quintal agroflorestal, foi produzida uma quantidade grande de alimentos e com expressiva diversidade, além de ter uma qualidade nutricional sem igual, destaca a professora.

Fabrício comenta que a ideia em criar uma agrofloresta iniciou já durante a sua caminhada acadêmica e ele queria fazer algo em uma pequena área, pois o único espaço que tinha era um terreno ao lado de casa. Nesta área o estudante realizou uma análise de solo, dividindo-a em oito canteiros e estudou plantas de diversos extratos que poderiam ser plantadas.

Um sistema agroflorestal possui dois princípios, “se faz o manejo pensando nos extratos, que é realizar um arranjo de plantas em diferentes tamanhos para o pleno aproveitamento da luz solar”, destaca Miriam. O segundo princípio da agrofloresta é a sucessão, saber quanto tempo determinada cultura ficará no sistema, quanto tempo levará para se desenvolver e para ser colhida, esclarece a professora.

O estudante explica que realizou este estudo baseado nos extratos, separando neste oito canteiros espécies arbóreas, hortaliças, plantas medicinais, plantas repelentes e árvores frutíferas, nativas e exóticas. Nesta área foram plantadas 57 espécies e a partir delas analisou indicadores de desenvolvimento e produtividade.

Nos primeiros seis meses do experimento foram colhidos 329kg de produtos. A quantidade de alimentos colhidos foram consumidos pela família e as sobras dadas a vizinhos. Fabrício pontua que o projeto da agrofloresta continuará.

A bióloga ressalta que a agricultura urbana precisa ser estimulada através de políticas publicas, pois é uma forma de combater a desnutrição, pobreza e inúmeros problemas de saúde que estão vinculados à alimentação.

Créditos da foto: Luciana Brune

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