Ouça: Setembro Amarelo alerta para a prevenção ao suicídio
Na manhã desta terça-feira (22/09), o Espaço Aberto conversou com a médica psiquiatra Michele Valent, que fala sobre a prevenção ao suicídio neste mês que é dedicado ao tema, o Setembro Amarelo. Os problemas de saúde mental aumentaram muito em decorrência da pandemia, gerando assim um aumento da necessidade de oferecer apoio às pessoas. Conforme Michele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que além da epidemia virológica existe a epidemia sobre a saúde mental, que irá se estender por mais tempo, depois que acabar a epidemia do vírus.
Através de pesquisas já realizadas foi possível perceber que metade da população geral destaca ter tido impacto na sua saúde mental, de moderado a severo, desde que a epidemia iniciou. Vários efeitos podem ser observados perante este cenário, tais como ansiedade, depressão, insônia e o aumento do uso de substância psicoativas, fator predisponente ao suicídio. Tudo isso tem ocorrido pelos vários sentimentos que a população tem sentido, como o medo, o estresse, as situações de insegurança, de dificuldade financeira, de perdas e de solidão. A psiquiatra pontua que idosos, profissionais da saúde e pessoas que já eram portadoras de transtornos mentais, além dos sobreviventes ao vírus, são as pessoas mais pré-dispostas ao suicídio nesse cenário da Covid-19.
Fatores sociais, econômicos e de vida de cada pessoa, de acordo com Michele, que pré-dispõem à ansiedade são semelhantes aos que pré-dispõem à depressão. Muitos casos de depressão que diagnosticados são depressivos ansiosos. “Uma ansiedade que não é tratada, complica e pode desenvolver depressão”, explica. Ao longo de sua fala, a psiquiatra traz os sintomas relacionados à ansiedade.
Quando se fala em identificar sintomas, há indicadores comportamentais e cognitivos (pensar e falar) aos quais devemos ficar em alerta na questão do suicídio. “O principal marcador da reação suicida é a desesperança”, ressalta Michele. A desesperança é um sinal de que a pessoa precisa urgentemente de ajuda. Outras características que podemos identificar a psiquiatra pontua ao longo da entrevista. É importante desmistificar várias afirmações em relação ao suicídio, entre elas o mito de que “quem fala, não faz”. “Não se pode ter medo de falar sobre o suicídio, é preciso falar assim como uma demanda normal de saúde”, destaca Michele.
Várias ações podem ser realizadas para prevenir o suicídio, as quais são trazidas ao longo da entrevista. É de suma importância que as pessoas procurem o auxílio de um profissional da área e não tentem resolver estas questões sozinhas.
De forma local, além dos profissionais psicólogos e psiquiatras, na rede pública tem as casas de saúde mental e toda rede de apoio. Existem também canais online para buscar apoio, como o Centro de Valorização da Vida, ligando 188 uma pessoa estará pronta para ajudar com orientações.
Créditos da foto: Arquivo pessoal
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