CRAS de Lajeado encerra Oficina de Autocuidado para Adolescentes com atividades especiais
A prefeitura de Lajeado, por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Espaço da Cidadania, do Bairro Centro, com parceria do CRAS do Bairro Planalto, Espaço de Todos Nós, encerrou nesta quinta-feira (03/10), com atividades especiais, a Oficina de Autocuidado para Adolescentes denominada “Há que se cuidar do broto”.
As atividades de encerramento ocorreram na sede do CRAS Espaço da Cidadania, surpreendendo os jovens participantes com oficinas de maquiagem, corte de cabelo e massagem, proporcionadas gratuitamente pelos parceiros Bazar Social das Gurias, Instituto Mix, Cristiane Scherer e D’Rose Cabeleireiras.
Os adolescentes participantes também realizaram uma sessão de fotos após as oficinas de embelezamento e receberam da Coordenadora Regional de Saúde do Adolescente, Gianine Sandri, Cadernetas de Saúde do Adolescente.
Conforme a responsável do projeto, a psicóloga do CRAS Espaço da Cidadania, Daniane D’Agostino, 50 jovens de 12 a 17 anos que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV 12-17 anos) das duas unidades do CRAS participaram do projeto. Ela explica que as demandas apresentadas pelos adolescentes, somada a uma doação realizada pelo Bazar Social das Gurias de 60 kits de cuidados pessoais contendo xampu, desodorantes, batom, esmalte, gel e semijoias motivaram a construção da Oficina de Autocuidado.
A entrega dos kits ocorreu durante o encerramento do projeto, quando os participantes puderam conhecer uma das doadoras dos kits de embelezamento, Francine Beatriz Kafer. “Que vocês possam fazer algo simples na vida de vocês. Seja mudar o visual com um novo corte de cabelo, uma maquiagem legal, alguma coisa que possibilite que vocês consigam se conectar com vocês mesmos de uma forma diferente, se descobrindo e se conhecendo melhor”, disse Francine.
“A escuta dos adolescentes nesse momento da vida apresenta muitas angústias, incertezas e curiosidades. Mas o diálogo aberto, o acesso à informação e a conscientização possibilitam que o adolescente amplie sua capacidade de autoproteção e se previna de comportamentos e situações de risco”, destaca a psicóloga.
O projeto
Conforme Daniane, o projeto visou promover a conscientização corporal, a percepção de si, do próprio corpo, das mudanças e de seu desenvolvimento, bem como estimular a identificação dos toques, diferenciando toques abusivos de não abusivos, além da reflexão crítica sobre conteúdos midiáticos que naturalizam a violência. Também buscou promover a cultura de paz a partir do respeito com o outro e da tolerância com as diferenças, oferecendo um espaço de escuta e confiança para que os adolescentes se sintam pertencentes a uma rede de proteção. Outra proposta foi estimular a reflexão sobre questões de gênero, cultura machista, preconceito e comportamentos violentos, além de identificar e prevenir situações de abuso sexual.
As atividades da Oficina de Autocuidado tiveram duração de quatro semanas e para cada semana se pensou em oferecer atividades diferentes a fim de atingir os objetivos do projeto. As atividades aconteceram dentro dos grupos já constituídos do SCFV. Ao todo são oito grupos de adolescentes que frequentam o serviço duas vezes por semana em oficinas diferentes, sendo uma a Oficina de Atividade Física e a outra a Oficina de Música, sendo ambas conduzidas por orientadores sociais.
Entre os resultados, a psicóloga Daniane destaca como principal o aumento da relação de confiança entre as equipes do CRAS com os adolescentes que acessam os serviços. “Isso permite que eles nos procurem para esclarecer dúvidas, fazer denúncias, aliviar angústias e criar uma conscientização sobre o próprio corpo e sobre o seu período de desenvolvimento”, afirma a psicóloga. Por fim, ela adianta que o desejo de todos os envolvidos é seguir com o projeto, aprofundando as temáticas já trabalhadas e ampliando o cuidado com os adolescentes.
Entre os participantes, Matheus da Silva Machado, de 13 anos, disse que as oficinas o ajudaram a esclarecer dúvidas sobre sexualidade que ele não compreendia. “Pude perguntar e tirar estas dúvidas. Foi bom para mim”, revela o adolescente, que também disse ter gostado da oficina que abordou as músicas do estilo Funk Proibidão. “Não gosto muito de funk. Gosto mais de músicas antigas, até porque gosto de cantar. Mas analisamos as palavras usadas nesses funks e percebemos que não é algo muito legal”, completou Matheus.
O projeto contou com a parceria de Francine Beatriz Kafer, Natália Kauffman e Daiane Steffens, doadoras dos kits de cuidado pessoal, D’Rose Cabeleireiras, Cristiane Scherer maquiadora, Instituto Mix e 16ª Coordenadoria Regional de Saúde.