Espaço Aberto 

Lactantes de Teutônia reivindicam: Uma vacina protege dois

Convidadas: lactantes Tatiana da Costa Weber e Grasieli Nabinger e a enfermeira Rose Halmenschlager
Data: 25/06
Assuntos:

  • Movimento: uma vacina protege dois.
  • Imunização de lactantes sem idade dos bebês estabelecida;
  • Estudos demonstram presença de anticorpos no leite materno após a vacinação;
  • Município busca uma forma legal de incluir as lactantes na vacinação;
  • Em nenhum momento o movimento busca furar a fila de imunização;
  • Início da imunização de gestantes e puérperas sem comorbidades, que constam no Plano do Ministério da Saúde, essa semana em Teutônia.

O Espaço Aberto teve a participação das lactantes Tatiana da Costa Weber e Grasieli Nabinger e da enfermeira Rose Halmenschlager, na manhã desta sexta-feira (25/6). Elas trouxeram informações sobre o movimento que ocorre em várias cidades do país e que as lactantes de Teutônia também estão reivindicando: Uma vacina protege dois.

Grasieli esclarece que o termo lactantes se refere a mães que amamentam. Elas buscam pela imunização contra Covid-19 de lactantes sem idade estabelecida dos bebês, uma forma também de incentivar o aleitamento materno. De acordo com Tatiana, o grupo já possui aproximadamente 60 mulheres que buscam por essa vacinação.

A enfermeira pontua que é uma apoiadora do grupo e sabe que o movimento vem em nível nacional. Até o momento, através de estudos publicados, sabe-se que anticorpos passam pelo leite materno. Ela explica que no início do programa nacional de imunização, apenas as gestantes e puérperas com comorbidades poderiam ser imunizadas. Nesta semana, após inclusão, o município deu início à imunização de gestantes e puérperas sem comorbidades.

Rose chama atenção que, após esta primeira semana de imunização, é baixa a procura pela vacina Covid-19 por este público. Incertezas e sentimento de insegurança, em função de um fato isolado ocorrido com gestante vacina, talvez esteja entre as causas desta baixa procura. Números mostram alto índice de óbitos entre gestantes e puérperas quando acometidas pela Covid. Há vacinas disponíveis e reservadas para este público, que integra o grupo de risco. Todavia, há também orientação aos profissionais da saúde para que orientem a gestante de que ainda não foi testada a vacina nesta população e que prevalece a decisão da mulher.

Grasieli destaca que muitas lactantes já voltaram para o mercado de trabalho e convivem com colegas e outras pessoas, estão com os filhos em escolas possuindo contato com outras crianças. As mães ressaltam que quando menores de dois anos de idade, não há a possibilidade do uso de máscara e o comprometimento da higienização, já que eles utilizam muito as mãos e levam as coisas à boca. Mesmo que se tenha a explicação é difícil que uma criança pequena adquira a conscientização de que precisa manter esses cuidados. Igualmente o distanciamento recomendado não é viável na prática.

Ao imunizar uma lactante é possível que sejam imunizadas duas pessoas, ou até mais, em caso de amamentação simultânea de mais filhos. Rose reforça que o bebê que mama exclusivamente depende muito da mãe, que no momento que esta mãe positivar, seguirá, provavelmente, em contato direto com o bebê, tendo que redobrar todos os cuidados para não contaminar pelas vias aéreas durante a amamentação, por exemplo. Além disso, se esta mãe internar, este bebê será muito afetado pelo distanciamento.

Os estudos citados são bem recentes, mas de entidades reconhecidas, encontrando-se anticorpos no leite materno de mães vacinadas. A profissional da saúde pontua que o movimento é importante porque somente a partir da decisão do Ministério da Saúde será possível a imunização.

A enfermeira destaca que o município tem buscado informações e orientações de como poderiam ser inclusas essas lactantes na vacinação e para que venham doses para esse público. Há um Plano Nacional de Imunização que precisa ser seguido pelo município, que só poderá vacinar quando chegarem vacinas específicas para este público. Grasieli salienta que em nenhum momento o movimento pede para furar a fila de imunização, mas que a causa é justa e as mães pedem o apoio da comunidade no movimento, porque imunizar este público também refletirá na proteção de mais pessoas que têm contato com os bebês e famílias.

Créditos: Luciana Brune

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